sábado, 16 de janeiro de 2010

Nunca digas nunca...

Assim aprendi a não dizer nunca
Aprendi a não dizer que não gosto
Aprendi a calar
Aprendi a observar
Aprendi a sentir
Aprendi a sofrer em solidariedade
Aprendi a deixar de comer
Aprendi que a imagem não conta
Aprendi que a nossa capacidade de amar é superior ao que acreditamos
Aprendi a perdoar
Quase aprendi a lutar
Ainda assim não consegui aprender a compreender
Não consegui começar a gostar do estilo de vida
A gostar da melancolia...
ponto e entrelinha não rima com ponto de exclamação
Aprendi que ninguém é perfeito
E em breve vou aprender a não sofrer
ERASE AND FAST FORWARD
mas esta doeu

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

É o quase que choro
Quase que choro é melhor que chorar mesmo
É um estado quase que constante mas já não sentido

É o esforço quotidiano de não pensar muito,
entrega a tarefas complexas e às pessoas
De que quem nada sabe assim vive feliz vivendo

Entrego o corpo à rigidez da coreografia
a mente à complexidade dos movimentos
e o coração... ohh o coração...

Quase que choro
A boca não lhe responde, mas os olhos...
Quase que choro

E quero prosseguir as relações internacionais
pede-me o coração ao mesmo tempo que murmura: não penses

Ohhh! Quase que choro!

domingo, 22 de novembro de 2009

Recordo o olhar abatido de um colega vai fazer agora dois anos...
A vida corria-lhe bem, casado, pai de dois filhos muito queridos...
É como presente de Natal que recebe o pedido de divórcio.
Apanhado de surpresa e abatido com toda a situação tem ainda de lutar pelos dois filhos que deixa de poder ver e acompanhar todos os dias.
Em fase de recuperação ainda...
Porquê, porquê que as pessoas têm de passar por isto?
O que terá corrido mal?
O que terá acontecido?
Seria mesmo motivo para isto?

Recordo as fotografias alegres de tantos outros casamentos.
Os sorrisos eternos... o nascimento dos filhos....
- Ah, então como estão todos?
- Estou a divorciar-me...

É o anuncio de uma morte que se tornou corriqueira.

sábado, 21 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009


Falta tão pouco...

falta tão pouco que doí

Doi a humilhação

doi o fim da esperança

mais que tudo doi pensar em ti,

em te ver...

e não te tocar...

não te sentir...

e ouvir apenas que tudo acabou.


Doi...

podia deixar doer, assim...

Mas de que me vale este orgulho,

este medo...

É hora, é hora de encarar a realidade e de te ver.

É hora de te dizer o que nunca te disse.. se me deres essa oportunidade...

É hora de te ouvir, de sentir os teus olhos.


Não sei se volto depois...

deixas-me com o coraçãozinho nas mãos...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Porquê?


Porquê? - podem perguntar.
E porquê logo agora? - pergunto também eu mesma.

Mas é como se desde o início estivesse assim combinado,
como se fosse o destino a comandar.

Mas porquê? - não sei...
Parece-me paradoxal...
não sei se não o devia fazer por estar bem
ou se estou bem por saber que o vou fazer.

Nos cenários negativos passei a sonhar
mas desses sonhos impossíveis e abstractos que sonham as crianças.

Contudo, a cada sonho é como se o coração me falasse e esclarecesse:
- isto significa isto
- se sentires assim o eco será aquilo
- calma, força e tranquilidade

Parece que esqueci, que não sinto, que são memórias apagadas...
o que ficou para trás...
Não magoa mas também não conforta
Os homens conformam-se... todos eles...

Não sei o que levo,
não sei quais são as expectativas.
acho que vou mas ficam as palavras...

Sei que vou e só me assusta não ser capaz de sentir que vai acontecer
Como se estivesse a planear algo que nunca acontecerá...

Mas no que depende de mim: vou
Vou porque...

Vou...

Vou onde me leva o coração

domingo, 1 de novembro de 2009



O erro está no amor egoísta que não arrisca.


Contudo, pergunto: até onde será legitimo e digno, arriscar por amor?

O mais engraçado é que sou demasiado fácil...
Sim, é muito fácil fazer-me ciúmes.
Ou melhor nem é preciso fazer pois eu tenho a capacidade inata de os fazer florescer.
Tenho ciúmes do ar, do rádio, dos lençóis... da cidade....
Assim é demasiado fácil, não é?

Disfarço bem, mas o esforço é descomunal...
É tão fácil que nem devia dar gozo fazer-me ciúmes.
Sou demasiado fácil, não é?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Olho para todos os livros que me rodeiam
As listagens de documentos para estudar
O calendário
Os e-mails e mensagens que assinalam as ansiadas reuniões...

Mas só me apetece chorar
Chorar com todas as forças as lágrimas verdadeiras que brotam dos meus olhos sem piedade da menina que quer sorrir.
Brotam à medida que escrevo, à medida que leio, à medida que simulo um sorriso...

À medida que a vida volta ao normal percebo que não tenho mais forças
Forças para lutar, forças para vencer o dia...
Porque sem ti nada faz sentido,
Sem ti estou perdida
Sem ti sinto que perdi...
o meu amor

Anoitece e o tempo não me deu o tempo que lhe pedi
A alegria que lhe implorei
Volto sem ti, mas sem ti não sei viver.

Ao pensar em ti questiono
Questiono tudo
Questiono se um dia o destino nos volta a reunir
E se seremos ambos capazes...

Choro mas os livros continuam aqui
Os documentos não diminuíram
e as reuniões aumentaram

Volta se faz favor que logo se vê.
Não posso viver ao saber-te perdido por aí!

terça-feira, 20 de outubro de 2009


Não tentes controlar a vida: ela é que nos controla,
o sonho realiza-se mas também se esfuma...

Pessoas surgem na nossa vida,
umas vão e outras vêem,
mas o mais curioso são aquelas que conseguem ir e voltar.

Não nos viamos há quê? 3 anos?
Não falávamos assim desde o quê? Os 14 anos...

Nestes 9 anos mudámos muito
Foi giro recordar os sonhos antigos e as voltas que a vida deu.

E pensar que nunca falámos antes tantas horas seguidas...
Eras mais um dos conhecidos para sempre perdido na espuma do tempo...
E afinal, numa viagem rápida a Portugal,
lá estavamos nós, a passear à chuva numa noite de Outono...